Numa insólita crónica de vidas passada em terras sul-americanas, encontram-se várias personagens dizendo de si, dos seus contentamentos e das suas mágoas, arejando demónios residentes, debatendo públicas virtudes, murmurando sobre costumes, dramas e vícios, alheios e privados, alguns mal conhecidos dos próprios.
Em menos de 24 horas sucedem-se paradoxos e coerências, emoções agridoces, inusitadas histórias de amor e compaixão, quase tudo.
Controversa e provocadora, se a prosa inquietar alguém terá cumprido
um dos seus objectivos.
Contador de histórias, Carlos Pateira nasceu em 1951, em Lisboa.
Oriundo de pequena burguesia esclarecida, teve uma infância que revê com satisfação.
Coleccionou diplomas e certicados, acumulando alguns saberes, descartando outros.
Entre várias ocupações, e não menos ofícios, privilegiou, com intenção e gosto, o complexo universo das pessoas.
Foi ocial miliciano na Guiné.
Experimentou o suciente para preencher a vida de meia dúzia de cidadãos senhores de comum senso, escorreito.
Viajou pelos seis continentes e continua até que o corpo se negue, o juízo deslace ou a alma lhe doa.