A personalidade única da guitarra portuguesa é colocada em evidência pela elegante e discreta presença do clarinete e da percussão, com a cumplicidade de um segundo instrumento de cordas, o guitolão, que é a sua natural extensão. Esta subtil e constante inquietude, tão intrínseca e requintadamente lusitana, reflecte-se no trabalho de Luisa Amaro através da evocação de um Portugal mourisco, como expressão de uma insinuante nostalgia. Qualquer coisa de longínquo no espaço e no tempo, e ao mesmo tempo tão próximo de se tornar motivo de efabulação sonora. Se a saudade fosse som, teria a voz do seu instrumento.
Textos de Adalberto Alves, Paolo Scarnecchia, Salwa El-Shawan Castelo-Branco, Heitor Baptista Pato, João Pereira da Silva, Luisa Amaro, Tomás de Oliveira Marques e Urbano Tavares Rodrigues. Fotos de Isabel Pinto